quarta-feira, 21 de novembro de 2018

Sabe a imagem que você acabou de ver ao clicar para acessar a matéria? Ela consiste no primeiro registro fotográfico de que se tem notícia de Machu Picchu, as ruínas da icônica cidade inca “descoberta” pelo arqueólogo norte-americano Hiram Bingham em 1911. Bem, nós colocamos a palavra descoberta entre aspas porque as pessoas que habitavam nas imediações do sítio sabiam de sua existência — mas a gente já conta essa história melhor para você!

"Descoberta" nas montanhas

De acordo com o pessoal do site Rare Historical Photos, quando se deparou com Machu Picchu, Bingham se encontrava no Peru com um pequeno grupo de exploradores em busca da cidade de Vilcabamba, o último refúgio do Império Inca — que caiu diante das forças espanholas e foi destruída em meados do século 16.
Então, quando se encontrava no Vale Urubamba, não muito longe de Cuzco, o arqueólogo encontrou com um agricultor, que contou à equipe sobre umas ruínas que ficavam no topo de uma montanha à qual ele se referiu como “Machu Picchu” — ou “Antigo Pico” no dialeto Quechua.
Machu Picchu
Esquecida há séculos no topo da montanha (Rare Historical Photos)

Na verdade, Bingham pensava que as tais estruturas podiam pertencer à cidade que ele estava procurando — Vilcabamba —, e viajou durante 6 dias até Aguas Calientes, de onde partiu com outro habitante local como guia até o topo do morro, pouco mais de 600 metros acima do Rio Urubamba. Uma vez lá, o arqueólogo e seu time se depararam com dois picos rodeados por montanhas cobertas de neve e, entre eles, uma série de edifícios em ruínas cobertos pela vegetação.As estruturas se encontravam — e ainda se encontram lá, né? — sobre terraços cobertos de pedra e suas paredes eram feitas de granito. A foto que você viu acima foi capturada durante essa primeira expedição e, no ano seguinte, Bingham retornou para iniciar os trabalhos de escavação, e foi aí que ele e sua equipe limparam todo o local e, ao longo de vários meses, acabaram descobrindo diversas casas, escadarias, templos e outras construções.

Cidadela real

Com base nos estudos que foram realizados em Machu Picchu desde a sua “descoberta”, hoje os pesquisadores acreditam que os habitantes da antiga localidade eram agricultores que se estabeleceram em Urubamba e em vales próximos por volta do ano 760 a.C. Mais tarde, entre os séculos 14 e 16, com o desenvolvimento da região e expansão do Império Inca, o Reino de Cuzco acabou se transformando em uma cidade-estado.
Machu Picchu
De acordo com alguns estudiosos, Machu Picchu foi uma cidadela real construída por volta do ano 1450 para o imperador inca Pachacutec. Por outro lado, existem historiadores que acreditam que Machu Picchu era, em realidade, um local sagrado que servia de lar para uma população estimada entre 300 e mil pessoas, composta pela corte, a elite religiosa e os mais habilidosos artesãos do reino, e era usado pelos líderes religiosos e políticos para reuniões e cerimônias.
Com relação a Vilcabamba, apesar de Bingham acreditar  que Machu Picchu fosse o antigo reduto inca que ele buscava, foi apenas na década de 60 que os arqueólogos Gene Savoy e Antonio Santander Casselli identificaram ruínas encontradas em Espíritu Pampa como sendo a cidade perdida.
Teorias — algumas muito boas e outras meio sem pé nem cabeça! — existem aos montes, mas a verdade é que, até hoje, ninguém tem certeza de como, exatamente, a Grande Pirâmide de Gizé e edifícios semelhantes foram construídos no Egito. No entanto, a descoberta de uma rampa de 4,5 mil anos em uma antiga pedreira não só oferece algumas pistas de como os construtores dos monumentos ergueram as majestosas estruturas, como também apoia algumas das ideias apresentadas ao longo dos séculos.
De acordo com Michelle Star, do site Science Alert, a rampa foi encontrada em um local que os antigos egípcios usavam para a extração de alabastro, um dos materiais empregados na construção das pirâmides. A pedreira em questão se chama Hatnub, fica ao norte da atual cidade de Luxor, e a tal rampa possivelmente era necessária para o transporte de material até o canteiro de obras.

Obras do passado

Segundo Michelle, apesar da teoria de que os antigos egípcios usaram estruturas do tipo para transportar material até o local onde as pirâmides estavam sendo construídas, o Secretário-Geral do Ministério de Antiguidades do Egito, Mustafa Waziri, revelou que essa é a primeira evidência que mostra como grandes blocos de pedra eram obtidos das pedreiras e transportados até as obras.
Rampa no EgitoEmbora o principal material usado para erguer as pirâmides fosse o calcário, oconstrutores também empregavam o alabastro — especialmente para a produção de estátuas e sarcófagos, bem como para o piso das câmaras internas das pirâmides. No caso da descoberta anunciada agora, os arqueólogos explicaram que se trata de um sistema de transporte que consiste em uma rampa central com duas escadarias laterais contendo furos onde, no passado, havia postes de madeira.
Ruína egípcia
Os pesquisadores acreditam que o pessoal da pedreira provavelmente carregava carrinhos de madeira semelhantes a trenós com os blocos de alabastro e empregavam um sistema de cordas — que ficavam firmemente enroladas ao redor dos poderosos postes e funcionavam como polias — para puxar as imensas pedras rampa acima.
Hieróglifos egípcios(Luxor 
Ademais dessa estrutura, os arqueólogos encontraram antigas residências usadas pelo pessoal que trabalhava na pedreira e diversas inscrições — pelo menos 100 delas — em celebração a expedições realizadas pelo faraó a Hatnub.
Antiga pedreira(Luxor 
Os pesquisadores estão trabalhando para traduzir as mensagens, bem como para descobrir mais informações sobre as casas encontradas nas imediações da pedreira e preservar essas estruturas, e explicaram que a descoberta da rampa é superimportante, uma vez que ela pode apontar evidências importantes sobre a construção das pirâmides.
Você já deve ter ouvido falar de Teotihuacán, no México, certo? Segundo os arqueólogos, a localidade foi fundada por volta do século 1 a.C. e, após uma grande expansão que rolou ao longo de uns 600 anos, mais ou menos, Teotihuacán se transformou na maior cidade do hemisfério ocidental — ocupando uma área de pouco mais de 21 km2 e abrigando uma população estimada entre 100 mil e 200 mil habitantes.
Até hoje as causas que levaram ao seu declínio e desaparecimento de sua população são mistérios debatidos por estudiosos e arqueólogos — mas, enquanto os cientistas tentam encontrar respostas para essas e outras questões sobre Teotihuacán, eles acabam se deparando com descobertas incríveis.

Passagem para o submundo

A mais recente, anunciada por um time do Instituto Nacional de Antropologia e História do México, foi a de um túnel secreto e uma câmara que foram identificados sob a Pirâmide da Lua, templo construído por volta do século 3. As duas estruturas foram encontradas por meio de uma técnica não invasiva de obtenção de imagens chamada “tomografia por resistividade elétrica” e, conforme revelaram os levantamentos, a entrada da câmara está a cerca de 8 metros de profundidade.
Levantamento geofífico


Os arqueólogos não sabem ainda qual era exatamente a função desse local subterrâneo, mas a suspeita é que ele servisse como espaço para a realização de rituais funerários ou algo do tipo. Com relação ao túnel, ele parte da câmara e vai até a Praça da Lua, na própria cidade de Teotihuacán, e os pesquisadores acreditam que ele funcionava como uma espécie de “passagem para o submundo”.
Mais especificamente, os arqueólogos pensam que a população da época usasse o túnel para a realização de cerimônias e doação de oferendas — em rituais que guardariam relação com as crenças sobre a morte e o além-vida dos teotihuacanos.
Pirâmide da LuaPirâmide da Lua (Instituto Nacional de Antropologia e História do México 
Essa teoria foi desenvolvida com base em descobertas anteriores, que revelaram a existência de outros túneis sob a cidade contendo esqueletos humanos e artefatos como colares, mosaicos de figuras antropomorfas e estatuetas esculpidas em pedra, objetos que parecem ter servido como oferendas aos mortos.
Vale destacar que nem a câmara ou o túnel foram escavados ainda, mas existem planos de explorar as estruturas, uma vez que pode ser que existam outras entradas para a passagem. Sendo assim, novos levantamentos deverão ser conduzidos em breve — o que abre a possibilidade de que novas descobertas sejam realizadas.
erupção do Vesúvio — que acabou com a destruição das cidades de Pompeia e Herculano — ocorreu no ano 79 da Era Cristã e, com base em registros históricos, as estimativas dos pesquisadores apontavam que ela tinha se dado no dia 24 de agosto. No entanto, a descoberta de uma mensagem deixada por um trabalhador pompeano parece estabelecer uma data diferente para o ocorrido.

Recado preservado

A tal mensagem consiste em um par de frases escritas com carvão encontradas na parede de uma casa situada no sítio arqueológico de Pompeia, e dizem: “o 16º dia antes das calendas de novembro”, e considerando que ‘calendas’ significa ‘primeiro dia do mês’, os pesquisadores fizeram os cálculos e concluíram que as inscrições foram feitas no dia 17 de outubro de 79 — o que significa que o Vesúvio só pode ter entrado em erupção depois disso. Veja:
Mensagem em parede


Os arqueólogos encontraram a mensagem durante trabalhos de recuperação da tal casa e, com base na delicada inscrição — afinal, ela foi feita com carvão e sobreviveu à passagem de nada menos que 2 mil anos! —, determinaram que a catastrófica erupção deve ter ocorrido no dia 24 de outubro e não em agosto, como se pensava há séculos.
Sítio arqueológico
De acordo com os arqueólogos, a mensagem foi deixada por um pedreiro que aparentemente estava trabalhando na reforma da residência — que, por sinal, jamais chegou a ser concluída (pense em uma reforma demorada!) — e a anotação situa a erupção do vulcão 2 meses depois do que o que se acreditava até agora. Incrível como um local que vem sendo estudado, vasculhado, visitado e escavado há séculos continue revelando segredos, né?
Como todo mundo sabe, a erupção do Monte Vesúvio — que ocorreu em 79 d.C. e provocou a morte de um número estimado em mais de 16 mil pessoas — está entre as mais famosas da História. A catástrofe se tornou especialmente icônica por conta da destruição da cidade de Pompeia, que só foi ser encontrada sepultada sob 6 metros de material vulcânico no século 16, e à descoberta de milhares de restos mortais humanos durante escavações realizadas no século 18.
Você pode conferir uma interessante matéria cheia de informações relacionadas com os corpos encontrados em Pompeia através deste link, mas o fato é que, além dessa cidade, a de Herculano também foi destruída durante a erupção do ano de 79 — embora se fale menos sobre a tragédia que aconteceu por lá. E, olhe, a coisa foi bem tensa para a população dessa localidade! Bem tensa mesmo...

Descobertas recentes

Herculano, caso você nunca tenha ouvido falar dela, era uma cidadezinha que ficava a beira mar e era um dos locais de veraneio da elite de Roma. Quando o Vesúvio entrou em erupção centenas de pessoas que se encontravam por lá — mais de 300, segundo as estimativas — tentaram se refugiar em construções mais próximas da água, com o propósito de se proteger dos fragmentos de rocha, cinzas e lava que o vulcão estava cuspindo.
No entanto, esses eram os menores dos problemas — considerando o que veio depois. Não que a ejeção de rochas, lava e cinzas não seja perigosa. Ela é! Entretanto, o maior perigo associado às erupções são os fluxos piroclásticos, ou seja, as ondas de gás extraordinariamente quente e que desce vulcão abaixo a altíssimas velocidades.
Herculano, na verdade, se encontrava mais próxima do Vesúvio do que Pompeia e, de acordo com um estudo recente, realizado por pesquisadores do Hospital Universitário Frederico II, situado em Nápoles, na Itália, enquanto os pompeanos foram atingidos por fluxos piroclásticos com temperaturas entre os 200 e 250 graus Célsius, as pessoas que se encontravam em Herculano foram atingidas por gases entre os 400 e 900 °C.

Evidências

Os cientistas examinaram 103 esqueletos coletados em Herculano e, depois de examiná-los detalhadamente, encontraram um resíduo avermelhado de origem mineral nos ossos, incluindo na parte interior dos crânios. Uma característica observada nos corpos foi que muitas das cabeças se encontravam fraturadas — mas algo curioso que os pesquisadores notaram foi que as lesões mostravam sinais de terem ocorrido de dentro para fora.

Então, os exemplares foram submetidos a análises microscópicas e de espectrografia, e os resultados apontaram que o resíduo detectado no interior dos crânios consistia em um material que surge quando o sangue humano ferve e converte em vapor. Segundo os pesquisadores, as evidências sugerem que a substância é produto da vaporização rápida de fluídos corporais e tecidos moles — assim que, vá imaginando o que aconteceu... Poft.

Mortes sinistras

De acordo com os cientistas, uma diferença entre os corpos de Pompeia com relação aos descobertos em Herculano é que, enquanto muitos dos pompeanos foram encontrados em “posição de pugilista” — postura resultante do encurtamento de fibras musculares e tendões devido ao calor —, os de Herculano foram achados com os corpos em posições mais naturais, mas com fraturas cranianas.
O que os pesquisadores acreditam que aconteceu foi que, quando essas pessoas foram envoltas pela onda de fluxo piroclástico, seus músculos se transformaram em cinzas antes mesmo de terem tempo de se contrair. Além disso, seu sangue e outros fluídos corporais ferveram imediatamente, sem falar que os cérebros entraram em ebulição — e o vapor resultante provocou um aumento na pressão craniana e a explosão de suas cabeças. Pense...

Segundo os cálculos, a erupção do Monte Vesúvio liberou uma quantidade de energia 100 mil vezes superior à da explosão da Bomba de Hiroshima, na Segunda Guerra Mundial. Por sorte, no caso da população de Herculano, tudo aconteceu em uma fração de segundos, assim, apesar de essas pobres pessoas terem morrido de uma forma incrivelmente terrível, tudo aconteceu extremamente rápido.
Mas... vamos deixar você com uma informação para refletir: Nápoles conta com uma população de mais ou menos 3 milhões de habitantes e fica aos pés do Vesúvio, e esse vulcão costuma entrar em erupção a cada 2 mil anos. A que matou essa galera toda aconteceu em 79, então, faça as contas!